Bibi!
Tem histórias que só os anos oitenta eram capazes de produzir. Era uma época bem diferente, onde as pessoas eram mais ingênuas e não se perguntavam sobre certos detalhes dos filmes. Era também uma época mais criativa, onde ainda víamos premissas originais na literatura e no cinema. E também era a época em que ainda víamos originalidade nas histórias de terror, que não se limitavam apenas a histórias que envolvessem vampiros, zumbis, assassinos seriais ou espíritos. Foi nessa época, mais inocente e mais criativa, que surgiu o tema do post de hoje.
Paul é um garoto gênio que acaba de se mudar com sua mãe para uma nova cidade, Paul ganhou uma bolsa de estudos ao conseguir desenvolver um rudimentar protótipo de inteligência artificial que acabou se tornando um simpático robô chamado BB (pronuncia-se bibi), que é capaz de aprender por si próprio e se torna companheiro inseparável de Paul.
Paul acaba conhecendo Sam (Samantha), sua vizinha, que pouco pode ficar na rua por conta de um pai abusivo. Os dois acabam ficando muito amigos e junto com BB acabam, como era comum nos anos 80, “aprontando altas confusões”.
Essa sinopse parece muito sessão da tarde e não tem lá muito a ver com filme de terror, certo? Bom, a alegria dos jovens não duraria muito, pois uma sequência de tragédias está por ocorrer, quando BB acaba sendo destruído por uma vizinha paranoica e, logo após isso, Samantha acaba entre a vida e a morte por conta de seu pai.
Desesperado, Paul resolve tentar o impossível: Unir o “cérebro” de BB com o de Samantha, a fim de usá-lo como suporte para mantê-la viva (como um marca-passo para o coração, o cérebro de BB era um “marca-passo para o cérebro”, como o próprio explica na história). Mas Paul chega tarde para salvar Sam, que já está morta. Inconformado, Paul decide seguir com o experimento e implanta o chip de BB no cérebro de Samantha. Samantha aparentemente recupera os movimentos do corpo, mas a tentativa de trazer Sam de volta à vida acaba tendo resultados desastrosos e macabros quando as memórias da garota e de BB começam a se misturar.
Dirigido por Wes Craven, que havia pouco antes feito sucesso com A Hora do Pesadelo, A Maldição de Samantha (Deadly Friend, no original) traz uma história pouco convencional para o gênero de terror, e consegue misturar temas que geralmente não figurariam dentro do gênero num mix que, se não é genial, pelo menos tem como resultado um ótimo entretenimento para quem está cansado dos mesmos elementos de sempre utilizados nas histórias de terror atualmente. Apesar de algumas forçadas de barra para os dias de hoje e de um desfecho típico dos filmes de terror da época, A Maldição de Samantha é uma boa pedida para um sábado à noite que você tenha que ficar em casa.
Curiosidades:
- A personagem Samantha é interpretada pela linda Kristy Swanson, que interpretou a caçadora de vampiros Buffy antes da série em um filme de 1992;
- A Maldição de Samantha é a adaptação de um livro chamado “Friend”, de Diana Henstell;
- Um remake em 3D do filme está prometido para 2011.
Na próxima Madrugada:
Um clássico da literatura, e do terror. Na próxima semana, O Médico e o Monstro.