Moura em Série

The 4400

Semana passada eu falei sobre as minhas aberturas de seriados favoritas, e entre elas estava à abertura de The 4400. E como prometi naquele post, segue aqui um pequeno review sobre essa série que eu descobri por acaso, e me conquistou totalmente.


O enredo começa com um mistério. Durante o século XX várias pessoas desaparecem misteriosamente, em épocas diferentes, com uma menina nos anos 30, um soldado nos anos 50 e um adolescente no início do novo milênio. Ninguém tem idéia do paradeiro dessas pessoas, e muito menos correlacionam esses desaparecimentos, visto que foram em tempos muito diferentes. São apenas desaparecimentos, como acontecem normalmente. As pessoas são obviamente dadas como mortas, ou seqüestradas.
O negócio é que um belo dia uma noticia de que um corpo estranho, provavelmente um meteoro, está em rota de colisão com a Terra. Vários procedimentos que já vimos nesses filmes catástrofes são utilizados, inutilmente. Por fim o meteoro é uma enorme bola de luz que pousa suavemente sobre um lago. E desta bola de luz surgem, todos juntos, 4.400 pessoas que haviam misteriosamente desaparecido, sem terem envelhecido um dia sequer.

O grande mistério da primeira temporada é esse. Onde estavam essas pessoas, já que para elas, o tempo não passou? Elas não tem nenhuma lembrança do que ocorreu, apenas lembram do momento anterior ao desaparecimento e imediatamente após surgirem no lago.
Só esse plot já é uma grande história a ser desenvolvida. Afinal, como a jovem Lily, que havia recém dado à luz a sua filha, será recebida pela mesma e pelo seu marido, 11 anos depois de desaparecer e ser dada como morta? Ou como a pequena Maia vai se virar, sendo criança, 70 anos depois de sua época? Ou Richard, um bravo soldado, negro, que sofria de preconceito extremo na metade do século passado, se vendo em um novo mundo, com costumes totalmente novos?
Mas a série não para por ai. Obviamente o governo americano coloca uma agencia, em Seattle, responsável por descobrir o mistério por trás desse reaparecimento. É aqui que entram os protagonistas, Diana e Tom, agentes federais, que cuidam do caso.

Os 4400 são colocados em quarentena, e liberados algum tempo depois. Cada um tenta retomar sua vida, ou começar uma nova. E esse plot vai levando a série até descobrirmos um novo fato.
Alguns dos “retornados” começam a demonstrar habilidades especiais. Esqueça os poderes babacas dos personagens de Heroes, com raios brilhantes e troca de poderes entre os personagens. Aqui tudo é feito com parcimônia e muito cuidado para não virar um Smallville da vida.
É aqui que eu digo que The 4400 é o que Heroes queria ser. Apesar da popularidade do segundo ser muito, mas muito maior, a qualidade do primeiro é incomparável.
Shawn, sobrinho de Tom, conseguir curar doenças, e aparentemente também sugar a vida de quem ele tocar. Maia pode prever o futuro em flashs que ela não entende. Lily reapareceu grávida, mesmo sabendo que isso seria impossível, e ainda por cima pode se “comunicar” com o feto, que aparentemente tem um especial sexto sentido.
Os agentes Tom e Diana passam a ter interesse pessoal no caso, afinal o filho de Tom, Kyle, estava com Shawn quando ele desapareceu, e foi encontrado em coma no local, ficando nesse estado, e Diana acaba por adotar a pequena Maia.

Assim o esquema dos episódios ganha uma dinâmica interessante. Sabe aquele lance de Smallville, em que todo episódio algum idiota entrava em contato com Kriptonita e ganhava um poder besta (a menina que sugava gordura foi o supra-sumo)? Então, aqui temos o personagem da semana, mas aqui não tem desculpa esfarrapada. Cada episodio mostra um dos 4400 retomando sua vida, ou reiniciando uma. E isso vai desde um corretor de seguros dos anos 70 que tenta retomar sua empresa e descobre poderes telecinéticos, passando por um peixeiro que vira um verdadeiro “ninja” e, em um dos episódios mais legais, uma professora que sumiu por 30 anos e retornou com a capacidade de fazer aflorar nas crianças seus talentos naturais para as artes.
Mas o mistério em torno dos retornados logo vira circo para a mídia, e a população passa a temer e repudia-los. Agora os agentes federais tem que, ao mesmo tempo em que controlar as ações dos retornados e seus poderes, evitar ataques à integridade física dos mesmos.
O legal é que vários caminhos são tomados, e varias historias vão sendo criadas. Lily e Richard numa eterna fuga para proteger a filha de Lily, Shawn tentando ter uma vida comum e descobrindo que isso se torna impossível, o surgimento de uma sociedade alternativa apenas de retornados liderada pelo ambíguo Jordan Collier, o envolvimento de Kyle em toda essa história, depois que ele acorda e passa a agir como se não fosse ele mesmo.

E aparentemente as ações do retornados criam uma reação em cadeia, resultando em eventos que parecem ser programados.
The 4400 tem quatro temporadas, e acabou sendo cancelada. Triste fim para uma boa série, deixando em aberto o final. Mas isso não impede que todos aproveitem bem a trama bem amarradinha e com reviravoltas bacanas, intrigantes, e não babacas e sensacionalistas como da mais pop Heroes.

E é isso aí pessoal!

Até o próximo episodio!

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