De fora da panela

Essa é a coluna escrita por voce, leitor do blog, que viu, leu, ouviu, pensou, etc... algo legal por ai e quer dividir com a gente. O tema é livre, se coça ai e manda seu texto para uarevaa@gmail.com. Hoje o Diogo Mourão colabora conosco trazendo sua crítica para o mais recente filme da Marvel Studios a chegar por aqui... err... bem... direto pada DVD..

Punisher: War Zone

Depois de alguns anos do filme do Punishero com Tom Jane no papel de Frank Castle, agora ele volta, em dvd (de novo, por causa da baixa bilheteria, de novo) em Zona de Guerra, o 3° reboot do personagem do cinema. Reboots são algo complicado, porque se baseia no timing que as pessoas tem com um certo personagem. E o Justiceiro é aquele tipo de cara que só os leitores de hq compreendem em sua extensão, pq em outras mídias ele não teve ainda tanto sucesso. Porque, para e pensa, o leske filhinho de papai vai ver o filme e falar ‘‘o cara é foda, mata pra caralho” ou no máximo pensar “isso parece coisa do Domingo Maior”.

Mas afinal, o que raios se trata o personagem, de fato? Pelo menos pra mim (meus professores de redação me matariam por estar falando na primeira pessoa,mas que se dane) ele viu sua família toda ser chacinada, o que por si só já deixaria qualquer pessoa acabada. Mas ele decide simplesmente acabar com a criminalidade do mundo, digamos, do modo mais pratico. Matando todos os criminosos que ele vê pela frente. O cara é uma carcaça seguindo um propósito. Comer, beber, descansar e outras coisas consideradas normais por nós pra ele são espasmos do corpo pro homem parar alguma hora. A caveira (momento tropa de elite) é mais do que algo pra intimidação, é um símbolo, uma filosofia do qual abraça sem vergonha nenhuma, nem que isso lhe custe sua própria humanidade. Ele perdeu aquilo que considerava tudo, e passou a abraçar a morte como conforto e amiga pra seguir seu caminho como um soldado obstinado. Ele tem suas convicções, não vai sair matando qualquer um por aí a toa. Ele tem consciência de quem vai matar e porque, por motivos que qualquer um classificaria como coisa pra filha da puta.

Não, não escrevi tudo isso pra demonstrar que conheço o personagem, ou qualquer outro motivo que certamente vocês vão falar e tals, mas porque isso é o principal fator positivo do Zona De Guerra. O personagem está lá, o que faz ele foda está lá. MAS, não adianta ter a idéia sem uma boa historia por trás. E esse é o pecado do filme, não que a historia seja um lixo, mas porque dá a impressão de que foi meio mal trabalhada, no sentido se parar e perceber que é mais só um filme de hq. Um comum entre um gênero.

Se lembra quando um dos roteiristas foi enxotado e desceu a lenha do filme? Uma das coisas que eu me lembro que ele disse (não com essas palavras exatamente) é que o filme seria sério e adulto, mas transformaram isso em um monte de clichês do gênero. E isso em parte é verdade, mas a roda tem que ser reinventada à partir do molde. Você infelizmente não vê isso nesse filme...

Vamos a história: Em comentários e flashbacks durante o filme, vemos o tenente da marinha Frank Castle (Ray Stevenson) ver a sua família assassinada pela máfia e a partir daí começar a caçar aqueles que são julgados mas não condenados pela sistema judiciário. Anos mais tarde, a máfia italiana fica na mira do Punishero e é massacrada após a visita do gânsgter narcisista Billy Russoti, O Belo (Dominic Monaghan, depois falo do elenco) e após uma dica de um policial (a policia de nova york inteira paga pau pra ele) ele parte atrás a desfigura seu rosto num triturador de vidro, Os problemas acontecem quando sem querer querendo Castle mata um agente da CIA infiltrado e um amigo desse cara assassinado parte atrás dele querendo prendê-lo, e Russoti sai vivo, completamente desfigurado e vira o Retalho e deseja ser o maior mob de NY e matar o Justiceiro de uma vez por todas, organizando um exercito junto com seu irmão canibal-masoquista-sádico Lonney Bin Jim ou James Russoti pros chegados. Com um cara era um dos poliças e sumiu com a grana, Retalho sai a caça da família do agente pra reaver o dinheiro perdido. Pra encurtar a historia, Microship morre, Castle mata geral, salva as mulheres e segue a sua caça interminável por justiça. Do jeito que for.

Agora ao casting principal. Ray se sai bem como Punishero, consegue ser mais articulado que Jane, apesar de eu achar o personagem (e o filme) meio que uma versão soft do Punishero, mesmo com toda a violência que tem (a frente falo disso). Retalho ficava melhor quando não era desfigurado, porque depois disso fica meio caricato demais, sabe Tommy Lee Jones como Duas Caras? Então é pro esse caminho, só que BEM mais contido, mas mesmo assim não se torna um vilão tão interessante quando LBJ, que rouba a cena dele a partir do momento que aparece e dá uns sopapos com Frank lá pro fim. O interessante é o que o personagem não existe na hq, mas no caso do filme se encaixa muito bem com o Retalho deles. Em geral, sobre Russoti, esperava algo mais macabro, mas maléfico do que foi feito. Microship (Wayne Knight) participa do filme mas esperava algo mais importante da parte dele, mas o gordinho do Jurassic Park faz bem sua parte e segura suas cenas enquanto pode. Achei sacanagem terem matado ele.. No núcleo anti Justiceiro, Soap (Dash Mihok) as vezes fica um alivio cômico descartável e o Agente Budiansky (Colin Salmon, a Uma Thurman do Paul WS Anderson, já que esteve no Resident Evil e AvP) é um personagem interessante, por ser uma versão do Castle mais ligada a justiça, mas o excesso de palavrões as vezes não trás a seriedade que tenta passar. Julie Benz (Angela) e Stephanie Janusauskas (Grace), esposa e filha do agente morto, respectivamente, se dão bem no filme, mas Grace se dá bem melhor em cena.

Agora sobre a ação.. Cansamos de ler que o filme teria violência no estilo Marvel Max e, sim, ela tem. É naquelas horas que você vê a cena e começa a rir pelo simples fato de serem surreais demais pelo nível de sanguinolência, tipo quebrar o crânio de alguém com um soco só e sair litros e litros de sangue. Mas no geral, as cenas são muito bem feitas, e a seqüência do Hotel Bradstreet é bacana.


No geral, o que podemos dizer? É bão? É bão, mas mesmo com tanto sangue, e violência e ser fiel a hq mais explicitamente, achei meio soft demais do jeito que conduziram a história. Curto pacas o filme com o Jane (vi também com o Douph Lungdren, mas faz tanto tempo que nem me lembro direito) e mesmo tendo tirado leite de pedra, por ter feito o que fez com praticamente com esmolas, mas foi mais livre, no sentido de que eles poderiam fazer o que quiser (ou até o orçamento deixar), e mostrar como o homem sedento por vingança pune quem destruiu sua vida e a partir daí segue pelo mundo fazendo o mesmo por aqueles do qual a justiça não olha. Lexi Alexsander fez um bom trabalho, até pelo fato de ter mais grana em caixa, mas aconteceu de todos meterem o bedelho e no final terem impedido de sair uma resultado mais próximo da idéia originalmente pensada (vide a misteriosa saída e volta de Lexi da direção). No final,ainda estamos esperando ver uma versão do Justiceiro feita corretamente nos cinemas...

Nota 6.0

Extras: O pacote básico, Making Of, treinamento militar do Steveson, sobre a maquiagem do Retalho e sobre a (ótima) fotografia do filme. E o trailer do filme de vampiros do Steven Seagal, terei de ver esta porra!!!

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