Começo esse Momento Uarévaa perguntando se você sabe o que é ler nas entrelinhas? O que?! Não sabe nerd sem instrução! Pois eu irei explicar. A expressão “ler nas entrelinhas” se refere à capacidade de entender o que está escrito por trás do óbvio, tanto em filmes, livros, diálogos até letras de música. E é em relação a esta última (a música seu mané!) que se trata a coluna de hoje.
Vejo muitas pessoas maldizerem algumas músicas referentes ao mundo nerd em geral, por simplesmente não conseguirem, ou nem tentarem, olhar mais atentamente, além da superficialidade (sei que para muitos isso é difícil) do que está à frente dos olhos. Por isso, resolvi trazer uma dessas obras primas geniais e mal compreendidas para analisar e explicar para seres como vocês que nada entendem sobre genialidade. È só clicar no Leia Mais abaixo e ver (tem que explicar tudo para esse povo! Pff...)
Vejo muitas pessoas maldizerem algumas músicas referentes ao mundo nerd em geral, por simplesmente não conseguirem, ou nem tentarem, olhar mais atentamente, além da superficialidade (sei que para muitos isso é difícil) do que está à frente dos olhos. Por isso, resolvi trazer uma dessas obras primas geniais e mal compreendidas para analisar e explicar para seres como vocês que nada entendem sobre genialidade. È só clicar no Leia Mais abaixo e ver (tem que explicar tudo para esse povo! Pff...)
HOMEM-ARANHA
JORGE VERCILO
Eu adoro andar no abismo
Numa noite viril de perseguição
Saltando entre os edifícios
Vi você...
JORGE VERCILO
Eu adoro andar no abismo
Numa noite viril de perseguição
Saltando entre os edifícios
Vi você...
O autor começa sua música explicitando o lado psicológico do personagem predileto: colocando em xeque sua sanidade, haja vista a característica dele andar na linha tênue entra estar em segurança ou caindo em um abismo longo e escuro. Depois, Vercilo relembra os tempos de outrora quando as crianças viam nas páginas das revistas o amigo da vizinhança saltando entre prédios e se encontrando com seu público leitor.
Em poder de um fugitivo
Que cercado pela polícia
Te fez refém
Lá nos precipícios
Foi paixão à primeira vista...
Que cercado pela polícia
Te fez refém
Lá nos precipícios
Foi paixão à primeira vista...
Nessa estrofe, ele segue contando possivelmente a situação onde ele viu o herói pela primeira vez, durante uma luta de policia e ladrão que prendeu sua atenção, assim criando um elo romântico-amoroso a primeira vista.
Me joguei de onde o céu arranha
Te salvando com a minha teia
Prazer!
Me chamam de Homem-Aranha
Seu herói!
Te salvando com a minha teia
Prazer!
Me chamam de Homem-Aranha
Seu herói!
Com uma peculiar mostra de apuro intelectual, o compositor usa do jogo de palavras para brincar com o nome do personagem, enquanto coloca como se deixou levar pela história do aracnídeo marveliano, o agora seu herói, que o salvou do tédio com suas teias.
Hoje o herói agüenta o peso
Das compras do mês
No telhado, ajeitando
A antena da tevê
Acordado a noite inteira
Pra ninar bebê...
Das compras do mês
No telhado, ajeitando
A antena da tevê
Acordado a noite inteira
Pra ninar bebê...
Nessa parte, ele dialoga com a situação atual do herói no mundo dos quadrinhos, e o martírio vivido por ele nos últimos anos com histórias sofríveis. Inicialmente, retrata o peso da busca constante por vendagem e “audiência” de seus gibis, fazendo uma metáfora de uma vida que ao invés de ser um exemplo, em cima do telhado o personagem só conserta antenas. Remetendo até a fase em que Peter Parker foi pai, por um curto período, de uma filha sua com Mary Jane Watson Parker chamada May Parker, ao qual sumiu depois – um claro exemplo de falta de direção nas histórias em um período negro editorial.
Chega de bandido pra prender
De bala perdida pra deter
Eu tenho uma idéia:
Você na minha teia...
De bala perdida pra deter
Eu tenho uma idéia:
Você na minha teia...
Os dois primeiros versos versam sobre uma decadência heroística, para depois chamar o leitor a se prender novamente nas aventuras do Spiderman como se fosse o próprio personagem a falar.
Chega de assalto pra impedir
Seja em Brasília ou aqui
Eu tive a grande idéia:
Você na minha teia...
Seja em Brasília ou aqui
Eu tive a grande idéia:
Você na minha teia...
Aqui, ele reiteira a importância social da luta contra o crime e a corrupção, convocando mais uma vez o leitor a dar uma nova chance ao herói.
Hoje eu estou em suas mãos
Nessa sua ingênua sedução
Que me pegou na veia
Eu tô na tua teia...
Nessa sua ingênua sedução
Que me pegou na veia
Eu tô na tua teia...
Na última parte, Vercilo joga na mesa a importância do leitor protestar contra os absurdos editoriais cometidos, e usar da ingenuidade de uma criança – que acredita em um mundo de faz de conta – para adentrar na veia e prender o personagem numa teia benigna que o fará retornar aos bons tempos de luta de policia e ladrão onde ele encontrou o personagem.
Bem, espero ter aberto os olhos de vocês, jovens que não entendem a genialidade quando a vêem, e criado o interesse de sempre tentar entender o que está escrito nas entrelinhas. Quem sabe outra hora não retorno com mais uma sessão de esclarecimentos para mentes incultas? Mande sua sugestão de música para uarevaa@gmail.com e pensarei se a esmiúço aqui.
Agora apreciem uma boa música depois (espero eu) de terem entendido suas nuances:
Bem, espero ter aberto os olhos de vocês, jovens que não entendem a genialidade quando a vêem, e criado o interesse de sempre tentar entender o que está escrito nas entrelinhas. Quem sabe outra hora não retorno com mais uma sessão de esclarecimentos para mentes incultas? Mande sua sugestão de música para uarevaa@gmail.com e pensarei se a esmiúço aqui.
Agora apreciem uma boa música depois (espero eu) de terem entendido suas nuances:
Por Marcelo Soares
a.k.a. Starman