Irmão Olho



Eu sou um grande fã da DC Comics, ela durante muitos anos trouxe para seus leitores obras de enorme qualidade e bom senso. Mas, algumas vezes, por algum designo editorial, ela pisa feio na bola e no tal bom senso, criando histórias idiotas, mal desenvolvidas e com o único fim de vender e lucrar. É sobre uma dessas histórias que escrevo hoje: Contagem regressiva para a Crise Final.



A editora estava lançando a minisérie semanal 52 e tendo muito sucesso de críticas e vendas com o novo formato de história semanal. Então, alguém deve ter dito: “olha, essa revista está fazendo muito sucesso, precisamos fazer outra no mesmo estilo”, com certeza, algum outro louco falou: “então por que não criamos uma minisérie em várias edições semanais preparando tudo para a Crise Final que está por vir?”. Imagino que alguma alma caridosa na hora explicou: “Ei pessoal! Essa coisa de ficar repetindo formato cansa e as chances de dar errado são quase de cem por cento”, e todos olharam para ele com ar de desprezo, e assim começou a Contagem.

Um resuminho básico de todo o imbróglio feito pelo site O Grito:

Uma nova crise está anunciada. Em Contagem Regressiva para a Crise Final, o leitor é colocado de forma abrupta (e em se tratando de DC Comics não poderia ser diferente) que, literalmente, o fim está próximo. Seja do Multiverso ou de um punhado de personagens. No primeiro número, de uma maxissérie de 13 edições, misteriosos alienígenas que alegam ser monitores da ordem no Multiverso caçam impiedosamente aqueles que eles consideram como anomalias. Com o assassinato da inconstante titã Duela Dent, a morte do deus Magnum, a imprevisibilidade de Miss Marvel e as alfinetadas de Karate Kid, então prisioneiro da Liga, está dada a largada para tentar fechar vários ciclos (e buracos de continuidade) e explicar a criação e conseqüências do universo plural da DC.

A revista foi criada, lançada, e tornou um dos maiores fracassos editorias dos últimos anos. Mal gerenciada, acabou afastando os leitores e jogando as primeiras edições de Crise Final para posições aquém do esperado na lista de quadrinhos mais vendidos. Um dos grandes defeitos da revista eram as incongruências cronológicas com o resto do Universo DC. Seu maior problema talvez seja as várias tramas paralelas, com vilões muitas vezes sem força e carisma, além de que a cada edição tudo se tornava mais complexo, com retorno de vilões antigos, descaracterização de personagens, momentos desnecessários e promessas que ao fim não se cumpriram como se imaginava. È a velha ânsia de lucrar sem o menor respeito ao público leitor, além de depois que tudo estava indo pras cucuias começaram a cada edição botar personagens se porrando, no bom estilo Image de contar histórias.

A coisa é tão série que eu mesmo não consegui ler mais de três edições seguidas da bagaça. Ela saiu aqui no Brasil no fim do ano passado, e sinceramente, não sei nem em que parte está, como estão as vendas, e a opinião das pessoas. Aliás, se algum de vocês leu isso comentem aí o que acharam. Espero que com erros como esse, a Distinta Concorrência tenha aprendido a lição e saiba parar quando deve.

Por Marcelo Soares
a.k.a. Starman

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