Naftalina


Vira Monstro, Vira Herói

Por Algures

Ah, os anos 80... Só quem viveu sabe o quanto essa época era mágica. E eu, que já fiz até uma festa de aniversário anos 80, posso dizer com certeza que uma das melhores coisas da época eram, sem dúvida, os brinquedos.

Voltando ao passado, eu lembro como eu gostava de aprender. Era até engraçado, nunca gostei muito de estudar (tanto que não estudava para provas), mas adorava aprender. Adorava também artes, e as aulas de educação artística eram um prato cheio. E foi numa dessas aulas de artes que eu conheci um brinquedo chamado Vira Monstro, Vira Herói. Era um jogo bem diferente dos que eu estava acostumado (e de muitos que achava bem chato, na verdade), e por ter como temática a criação de Super-Heróis e Super-Vilões (coisa do qual sempre fui fascinado), logo me cativou. O conceito do jogo era inovador, fantástico (para uma criança de 10 anos) e extremamente simples: Três placas que formavam o corpo de um herói ou vilão (divididos em cabeça, tronco e pernas). Essas placas eram separadas, e vinham com vários modelos de cabeças, de troncos e de pernas, permitindo que você as trocasse quando quisesse, criando seu próprio herói ou vilão. Para completar, os personagens eram impressos nas placas em alto relevo, permitindo que o usuário pudesse usar da conhecida técnica de rabiscar numa folha de papel sobre o personagem, e isso era o suficiente para tê-lo desenhado e poder levá-lo para casa. Existia uma porção de versões de heróis e vilões, mas sinceramente, eu vou ficar devendo em descrições, pois não vejo esse jogo há pelo menos uns 15 anos.

Foi através do Vira Monstro, Vira Herói que criei meus primeiros personagens de quadrinhos, e comecei a usar a criatividade que hoje é principal foco do meu trabalho. Foi inclusive graças à ele que criei um personagem chamado escaravelho Dourado, que apareceu em uma revistinha que desenhei quando criança, e que ganhou um prêmio da escola em que eu estudava (yey!). Tudo bem que depois eu lembrei que o nome não era original, e sim copiado de um personagem obscuro da Marvel que só lembro de ter visto uma vez numa das primeiras revistas do Hulk publicadas pela Abril.

Enfim, Vira Monstro, Vira Herói foi um dos melhores brinquedos dos anos 80 e mais um grande exemplo daqueles jogos que não se fazem mais: simples, criativos, educativos, e que podem transformar uma criança de imaginação fértil em um profissional respeitado (o que não é o meu caso, mas enfim), coisa que, infelizmente os jogos de hoje deixam muito a desejar.

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