Beber, Jogar, F@#er


Um tempo atrás nosso querido Moura me deu de presente um livro do qual ele dizia ter um pouco da sua própria filosofia de vida. O livro em questão falava sobre a vida de Bob Sulivan, um cara que havia sido traído pela esposa, se divorciado e que após esse choque começa a refletir sobre o que tem feito da própria vida. 

Decidido a não ficar parado resolveu juntar toda sua grana, vender tudo que tinha e partir em uma viagem de auto descobrimento para aproveitar sua recente solteirice indo a três lugares específicos do mundo para fazer três atividades bem especificas: Beber na Irlanda, Jogar em Las Vegas e Foder na Tailândia. Uma jornada que o levaria a novas experiências e aquilo que mais buscava.

Autor: Andrew Gottlieb

Beber, Jogar, F@#er é um livro de autoria de Andrew Gottlieb e já nasceu como uma sátira ao sucesso Best Selller Comer, Rezar, Amar, que mostra uma visão feminina de autodescoberta em viagens pelo mundo. Claro que uma obra feita para parodiar outra iria para o extremo oposto do que a primeira vez, e aqui não é diferente.

Andrew no mostra um Bob caído, frustrado não só com o fracasso de seu casamento, mas com a sua própria vida cotidiana, rotineira, morna, sem sal que vive há anos. Sempre com medo de arriscar, de chacoalhar o status quo, e tudo isso muito em prol da harmonia de seu relacionamento amoroso que agora era desfeito. Então o recém divorciado tira um ano de férias para viajar e se divertir.

A sua primeira parada é Irlanda, e é de longe a parte mais hilária da história, não que as outras não tenham graça, mas todo mundo sabe que bebida sempre traz coisas divertidas para contar. O interessante que Gottlieb não procura ser inovador em sua narrativa, criar coisas mirabolantes ou saídas super engenhosas, ele é muitas vezes bem simples – usando até de exageros de coincidências, que são normais a qualquer história, mas vamos combinar né! – e com um recurso básico de jornada do herói que é o mentor

Em todas as cidades visitadas pelo nosso herói ele conhece alguém, ou por acaso ou indicação, que se torna seu guia no mundo abordado. Na Irlanda esse guia o leva aos bares mais undergrounds existentes, levando-o a uma diversão, companheirismo, risadas, ressacas e aventuras como ele nunca tinha vivido antes. Já em Las Vegas, Bob se passa por um grande empresário por conta de uma amizade com alguém importante. Assim, consegue passe livre em cassinos, hotel de primeira classe, partidas de golfes em clubes privados, e jogos, muito jogos no famoso “é tudo ou nada”. Para mim foi a parte mais cansativa da viagem, provavelmente por eu não ser tão ligado em jogatina, mas não deixa de ter seu brilho.

No último lugar, Tailândia, Bob se vê em um mundo de antíteses. Ao mesmo tempo em que tem resorts luxuosos, cruzeiros de alta qualidade, a população local passa por dificuldades estruturais e financeiras gigantescas. E é nesse local de opostos que ele conhece uma nativa com quem aprende algumas coisas sobre sexo e liberdade, alias, essa parte apesar de tratar do tema sexual não trás algo pornográfico, vê o sexo mais como autodescoberta e transcedentalidade. 

Praia da Tailândia
Inclusive, todo o livro não faz uma apologia a nada, mas nos diz “faça suas escolhas, não deixe que escolham por você, e aproveite a vida”. Sendo mais um manual, um guia espiritual, digamos, que uma obra de auto-ajuda. Sua leitura é leve, descontraída e nos dá a vontade de ver mais aventuras de Bob Sullivan. É, definitivamente, um livro masculino em sua raiz, contudo, e diferente para mim de sua versão feminina – pelo menos o filme -, não é só para um público. Mulheres podem lê-lo e se divertir, até entender melhor a mente masculina, que não vão achar muito enjoativo.

Fica a dica de leitura, ela pode não mudar sua vida - eu mesmo não virei um nômade que sai bebendo, jogando e fudendo por aí, pelo menos não na quantidade do Bob - mas ajudará você a compreender uma coisa: a vida é muito mais que trabalho e compromissos, é preciso se divertir, arriscar tudo, conhecer coisas exóticas nem que seja uma vez só na vida. Além disso Andrew nos mostra que cada momento pode ser vivido com alegria, descoberta e como se fosse o mais importante de toda vida, porque, afinal, ele é.

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