A vida em demonstração


Existem certas obras e autores que marcam para sempre nossa mente, quem pode dizer que não é um delírio ao se ler pela primeira vez um Watchmen ou qualquer obra de Alan Moore? E um Frank Miller no auge da carreira com seu Demolidor e Cavaleiro das trevas? Sem contar um Grant Morrison, Brian Bendis, Ed Brubaker, para colocar também a nova geração de autores. Pois, vem dessa nova geração o autor tema dessa postagem e que já não é de hoje falo pelas bandas uarévianas sobre: Brian Wood.

Primeira vez que li algo desse autor foi uma edição “xerocada” de uma minissérie em doze partes chamada Demo. A sinopse falava que eram versões “demo” do ser humano, no caso pessoas com dons especiais que não eram bem felizes com isso, me arrisquei a ler, também empolgado pelo belo desenho de Becky Cloonan. A série me mostrou mais do que a sinopse dizia, me mostrou uma história ousada onde o uso de poderes, tão banalizado na atualidade com filmes, seriados e milhões de revistas de super-heróis, era secundário, só um motivo, um pontapé, para contar histórias sobre pessoas, pessoas perdidas no mundo, com problemas como tantas outras, em busca de um (novo) caminho.

Demo também mostrava que no meio de um mercado de quadrinhos repleto de intermináveis sagas, era possível se deliciar com histórias fechadas em 24 páginas com tanta profundidade quanto um livro de 600 páginas. Em 12 histórias, Wood trazia emoção, sensibilidade, ação em personagens que vinham, encantavam e sumiam logo a seguir como aquele velho amigo que você conheceu e sumiu pelo mundo, sem deixar noticias, mas que para sempre lhe marcou.

Foram doze encontros: #1: NYC; #2: Emmy; #3: Bad Blood; #4: Stand Strong; #5: Girl You Want; #6: What You Wish For; #7: One Shot, Don't Miss; #8: Mixtape; #9: Breaking Up; #10: Damaged; #11: Midnight to Six; #12: Mon Dernier Jour Avec Toi (My Last Day with You). Todos em edições separadas que depois foram copiladas em um volume único.


Agora, Demo voltou, em um segundo volume com seis edições soltas. Mas, como dizem, nem sempre a segunda vez é tão boa quanto à primeira. E apesar da qualidade na construção da narrativa e da história estar lá, falta algo, falta o “ir além” da primeira leva de revistas. Demo Vol. 2 aparenta ser mais uma versão remake do primeiro volume, no estilo hollywoodiano de ser: mantemos a forma, porém, diminuímos o impacto. Uma pena. Mesmo assim, ainda recomendado se dar uma olhada,

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