TRICK ‘R TREAT (Contos do Dia das Bruxas)

Uaréview, por Monitor

Gostosuras ou travessuras? Antigamente considerada uma festa pagã irlandesa, nos EUA se tornou um feriado que começou mais ou menos com o mesmo espírito, mas que depois uma espécie de festança com os mortos (desculpem, eu sei que essa definição foi péssima). Mas em relação a filmes, não se pode negar a influência muitas vezes positiva da festa, e das historias ali mostradas. Desde o anuncio oficial até a gravação, uns 2 ou 3 anos se passaram até que Michael Dougherty, escritor de X-Men 2 e Superman Returns, conseguisse mostrar ao publico seu filme de terror Trick’r Treat (ou Contos do Dia Das Bruxas, como é chamado por aqui), e digo pra vocês, é uma pequeno diamante.

Com uma cronologia meio Tarantino way, quatro contos de terror ao estilo Contos da Crypta e Creepyshow são mostrados. As historias não são puro de terror psicológico or Slasher, tem uma levada mais de quadrinhos de terror clássicos, como no auge da EC Comics, por exemplo. São mostradas situações quando se desafia o sobrenatural ou até mesmo o próprio espírito do Halloween, personificado no caso na figura estranha, mas desde já clássica, de Sam, um ser estranho com um saco de batatas na cabeça ( não, não é o Cillian Murphy ). Vou tentar (conseguir é outros 500) contar as historias e soltar o mínimo de spoilers possível.


No prólogo, temos um casal discutindo. Trajados como personagens de sci-fi da década de 50, a mulher está cansada desse lance todo de Dia das Bruxas e faz um erro de apagar a vela da abobora. Enquanto tirava o resto da decoração, enquanto o marido dorme, a esposa dedicada ( e chata) é ataca por Sam, o espírito do Halloween.


Nas historias subsequentes, vemos um diretor de escola (Dylan Baker), psicopata que liberara seu instinto assassino depois da morte da esposa, enquanto convive com seu irritante filho. O humor é grande aqui, assim como a tensão gerada em algumas partes, e alguns outros personagens e situações das outros contos aparecem aqui.


Depois, temos uma clássica historia com lição de moral. Ha muito tempo atrás, um ônibus cheio crianças com deficiência metal para em frente a um desfiladeiro, e com ordem dos pais o motorista se vê obrigado a matar as crianças. Uma delas escapa e leva o veiculo ao fundo do lago fechado, abaixo do desfiladeiro. Todos morrem, com exceção do motorista, que foge e desaparece do mapa. Muitos anos depois, na noite do 31 de outubro, um grupo de crianças tenta zoar com a “esquisita” da escola (que consegue ser mais bonita do que a garota popular) no pântano que se transformou o lugar, mas é melhor não mexer com os mortos...


Em seguida, temos a chapeuzinho vermelho interpretada por Anna Paquin* (esqueçam ela em True Blood, é nesse filme que ela chuta bundas) e suas amigas querendo ela faça o ritual de passagem e perca a “virgindade” (só vendo pra entender), enquanto é perseguida por misterioso vampiro, uma versão dos sangue sugas de Anne Rice, com o mesmo charme, só que heterossexual. As maiores reviravoltas e mindfucks do filme estão nessa parte, então fique de olho.


E pra acabar, temos um velho solitário (Brian Cox, mais magro e irreconhecível) que dá um jeito na sua amargura roubando doces das crianças e comendo eles, enquanto xinga o Halloween e queima velhas fotos (fiquem de olho nisso, é importante). O problema é que Sam bate a sua porta querendo doces... e a parte mais Evil Dead do filme começa, com o velho tentando fugir do Sam (que aparece bem mais aqui) e a verdade sobre sua vida vindo à tona.


Além do estilo Tarantino de contar a historia, o filme traz homenagens sutis aos filmes de terror clássicos, como Halloween, Jogos Mortais (gostando você ou não, já é um clássico SIM), Cemitério Maldito e pro aí vai. As historias se ligam perfeitamente, são bastantes enxutas e faz uma bela homenagem ao feriado e ao gênero terror, mostrando que você não precisa de galões de 15 litros de sangue falso ou sustos a casa 5 segundos pra contar um bom conto de terror. As vezes um bom elenco e imaginação já são seus melhores aliados. Dougherty fez um ótimo trabalho, e mesmo que no fim tenha saído direto para DVD/Blu Ray e midnight sessions, foi reconhecido como um grande filme que é e talvez temos mais gostosuras e travessuras nos próximos anos...

NOTA: 9.0

*PATAQUEPAREU! Anna Paquin ta muito gostosa, PQP! Queria ver ela agora com aquela roupa de couro do X-Men, ia fazer um estrago que nem outra extinção de parte da população mutante faria!

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