Dead Like Me

Moura em Série

Tem um pinguço aqui que não faz mais nada, tá tentando tomar o lugar do ranheta do Freud como o maior relapso do blog. Sabem quem é, né? Sim, o Moura.

Por isso hoje o leitor Inferno, direto das profundezas mais escaldantes, chega pra "tapar o furo" (ui) do Moura falando sobre a série Dead Like Me. Confere ai!!


“Oi, você já morreu? Eu já.”


Imagine a seguinte situação: você é um cara comum, tem uma vida comum, e um belo dia está parado em uma pracinha igualmente comum quando uma incomum tampa de privada da estação espacial russa que se espatifou na atmosfera vem em sua direção caindo como um meteoro e lhe acerta em cheio a fuça, te transformando em cinzas na mesma hora. Chato, não?

Então, você morreu, mas esse não é o fim, é o início. Pelo menos da série “Dead Like Me”, exibida em 2003 e 2004 (não me xinguem, tem os boxes das temporadas para locação e venda no mercado nacional) que conta a história de Georgia Lass (Ellen Muth), uma americana do subúrbio de Seattle que morre aos 18 aninhos de vida atingida por uma tampa de privada vinda do espaço sideral. Mas como eu disse acima, esse não é o fim, é na verdade o início para a alma de Georgia (George para os íntimos), que morre virgem e logo no seu primeiro dia de trabalho mas, apesar de mortinha da silva, ela continua na Terra, porque para algumas (in)felizes almas é dada a missão de continuar no meio de nós para nos ajudar na difícil hora em que esticamos as canelas, funcionando como uma espécie de ‘guias do além túmulo’ que recebem o singelo nome de “reapers” (ceifadores).

A série não se preocupa com porquês, não entra em discussões metafísicas sobre vida após a morte, céu, inferno, enfim, essas coisas que você vai descobrir por si mesmo na hora certa; o barato da série é mostrar George e seus amigos ceifadores vivendo no meio de nós, com conflitos e necessidades iguais às nossas, afinal eles têm que viver entre nós para poder nos dar o “toque da morte” e nos guiar para o outro lado, mesmo que nem eles saibam que porra existe do outro lado. Não que não role umas reflexões bacanas sobre o que é estar vivo, o que significa viver de verdade (George se diverte mais como morta-vida do que quando era viva-viva), sobre as coisas e pessoas que deixamos pra trás ou que nos deixam aqui quando partem, mas não se preocupe, não é nada que te faça doer a cabeça ou dê medinho de dormir com a luz apagada.

Como eu disse, George tem amiguinhos com o mesmo ofício dela, começando pelo, digamos, ‘chefe’ do grupo, Rube Sofer (o veterano Mandy Patinkin), o tipo do cara sisudo e caladão o bastante para você perceber que ele guarda um grande segredo; Roxy (Jasmine Guy), uma guarda municipal macha pra cacete que carrega as almas dos mortos e multa os carros dos vivos; o noiadão Mason (Callum Blue), um inglês punk porra-louca que morreu abrindo o próprio crânio com uma furadeira para injetar diretamente drogas no cérebro; e a linda e fogosa Betty (Rebeca Gayheart, que durou só uma temporada), substituída na segunda temporada pela igualmente linda e fogosa Daisy Adair (Laura Harris).

Esse simpático grupo de mortos vivos se reúne todo dia de manhã na mesma lanchonete onde, entre um waffle e outro, Rube distribui post-its amarelos com os nomes de quem deve morrer, local e hora da morte, cabendo ao ceifador estar na hora certa e no lugar certo para pegar o cara certo.

Para não serem reconhecidos pelos vivos eles possuem, para os nossos olhos, feições distintas das que tinham antes da hora sinistra (antes de morrer, porra!!!), e, como os vivos, eles também têm que ganhar dinheiro para sobreviver, um lugar pra morar, etc. Para ganhar o mingau das almas nosso de cada dia alguns ceifadores ganham a “vida” roubando os pertences dos mortos, afinal, morto não precisa de dinheiro nem jóias, né? Já outros preferem arrumar empregos normais e, não se sentindo muito bem com a idéia de surrupiar defuntos, George vai conseguir emprego justo na empresa em que trabalhava quando morreu. Como ela tem outra imagem para os vivos, ninguém a reconhece (ou quase ninguém...).

E é nas aventuras e desventuras dessa garota em dupla jornada de trabalho que se desenvolve a série com os dramas dos recém-mortos, as formas mais estúpidas e bizarras de morte que você pode imaginar, os gravelings (criaturas sinistras que fazem ‘as coisas acontecerem’ nas mortes acidentais), tudo recheado com muito humor negro mas que passa um recado supimpa de que a vida merece ser vivida porque você nunca sabe quando alguém vai te dar um tapinha nas costas e te dizer que você acabou de morrer.

Inferno também vai morrer mas tomara que seja depois de você.

abcs

PS: Dizem por aí que o criador da série, Brian Fuller (criador também de Pushing Daisies) estaria trabalhando em um filme baseado na série mas ainda não vi nada de concreto a esse respeito.

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