...A não iniciada percepção do tempo sem apreço pelo início.
E sem entendimento do fim.
Para eles, tempo é uma comodidade infinita
Nós sabemos mais e nós não desperdiçaremos um segundo sequer.
Isto é o que somos

Atualmente, a grande maioria das pessoas não conhece o nome de Chris Carter, mas ele foi o responsável por um dos maiores fenômenos dos anos 90 na TV americana, a série Arquivo X (que inclusive teve um novo longa-metragem recentemente). Mas o que pouca gente sabe é que Chris Carter foi também o responsável pela criação de uma das mais brilhantes – e assustadoras – séries já realizadas: Millennium.
Millennium traz a história de Frank Black, um ex-agente do FBI que decidiu escapar da


Millennium teve três temporadas, de 1996 a 1999, mas cada uma delas foi completamente diferente da outra. Na primeira temporada, o foco principal eram os assassinatos seriais, suas motivações e como esse horror afetava Frank em sua vida pessoal e o que isso fazia à sua própria mente. Nesta temporada, a série não lidou com nada paranormal, embora tenha, em alguns episódios, “filosofando” sobre o mal como um conceito metafísico. Para um olhar mais atento, é possível dizer que existia uma tendência sobrenatural na primeira temporada, embora ela fosse muito sutil e ficasse nas entrelinhas, coisa que era muito comum na série.
Já na segunda temporada, o sobrenatural ficou mais evidente e passou a fazer parte da série constantemente. A natureza do grupo Millennium foi ligeiramente modificada para se assemelhar com Arquivo X (que era mais popular). Foi revelado então que o Grupo Millennium era uma espécie de sociedade secreta ancestral que buscava formas de apressar o “Milênio” (como eles chamavam o fim dos tempos), que aconteceria na virada do ano 2000. Com isso, a mitologia da série começou a ser construída, mas a série ficou um pouco menos densa, mais fácil de ser entendida (e digerida) e mais “no nível do público comum”, por assim dizer.
A terceira temporada contou com uma grande mudança no status quo da série, com a morte de personagens importantes e uma nova vida para Frank Black. Nessa temporada, os produtores tentaram mesclar os elementos sobrenaturais e a mitologia estabelecida na segunda com a densidade e complexidade da primeira. O resultado foi uma temporada confusa, e que só fazia sentido para quem era fã da série desde o início. O ponto positivo é que a série voltou a ser tão perturbadora quanto era em sua primeira temporada, e o uso de elementos sobrenaturais, sempre utilizados com cautela, tornava tudo ainda mais assustador.
Apesar de três temporadas completas, a série nunca teve um final definitivo.
É possível encontrar episódios isolados da série em DVD e inclusive as temporadas completas

Com certeza uma série recomendadíssima para quem não gosta de mesmice e tem a cabeça no lugar (porque, sério, ela é realmente perturbadora, não recomendo para pessoas de cabeça fraca). Mas, se vocês não gostam de séries em que vocês precisam prestar muita atenção e assistir mais de uma vez para sacar todos os detalhes da história, passe longe. Millennium não é para os fracos, para os medrosos, nem para os que não gostam de pensar.
Curiosidades:
O protagonista da série, Lance Henricksen, é mais conhecido por seu papel na série Alien;
Um dos coadjuvantes da série, Terry O’Quinn hoje é mais conhecido como o John Locke, na série Lost;
Millennium estreou em 1996, e os produtores pretendiam 4 temporadas com a série. Se você fez as contas, ela deveria terminar exatamente no ano 2000, quando o mundo supostamente acabaria. Infelizmente, a série foi cancelada em sua terceira temporada, e o fim do mundo nunca aconteceu.
A série ainda teve um crossover com a série de maior sucesso de Chris Carter, Arquivo X. A história se passava na virada do ano 2000 e era basicamente para dar um fim digno à série. Mas ficou apenas como um episódio pra matar a saudade de Frank Black e sua filha.
Hoje a série é recomendada por professores de faculdades forenses e de psicologia americanas, devido não só ao conteúdo, mas ao cuidado com o qual ela tratava a questão psicológica e as motivações dos assassinos.
Existe um curioso arco de histórias que encerra a segunda temporada da série, que lida com um tipo de vírus transmitido por aves que é na verdade um vírus criado pelo grupo Millennium para exterminar parte da humanidade. Ao final da temporada, o pânico generalizado e o contexto leva a crer que o vírus irá realmente exterminar a maior parte da população. Mas, quando a temporada recomeça, descobrimos que foi apenas um surto local, e que a mídia havia exagerado. Qualquer coincidência com acontecimentos atuais é (pelo menos à princípio) mera conicidência...
O toque de mensagem do meu celular é o tema de abertura da série (o toque de chamadas é o tema do Arquivo X).
Na próxima Madrugada:
Ele cuida dos Pântanos da Lousiana....Onde tudo aquilo que é escondido da humanidade acontece. Na próxima semana, começa uma série de posts sobre um dos mais conhecidos personagens dos quadrinhos de Terror: O Monstro do Pântano.