De fora da Panela

Guitar Hero é ilusão (e que delícia de ilusão)
Por Luiz Modesti

Aviso. Esse não é um texto sobre games, e sim sobre o bom e velho Rock n’ Roll. Se você não gosta de rock, vai ler outra coisa. Ou então, UARÉVAA.

Muito já foi dito e comentado sobre as séries de games Guitar Hero e Rock Band, inclusive no Uarévaa (excelentes matérias feitas pelo Duende Amarelo, vale a pena conferir, É só clicar aqui e aqui ). Mas uma coisa que sempre me incomodou foi o fato de não ter lido nada do ponto de vista roqueiro.

Eu nunca fui lá muito fã de videogame. Pra mim, bastava um futebolzinho, um de corrida e tava tudo certo. Até que um dia um amigo meu me falou de um jogo que tinha as músicas de louco que eu gostava. Lá estava o gordo roqueiro destruindo carros em Rock n’ Roll Racing. Era até patético, eu jogando e cantando “Paranoid”, “Highway Star”, “Born to be Wild” e solfejando “Bad to the bonés”. Ali estava, finalmente, um jogo que me cativou. Claro, isso me custou à grana p/ comprar um Super Nintendo (só jogava na casa dos amigos) e muito tempo p/ jogar.
Lembrou do jogo? Não conhecia? Veja aqui



E o tempo passou. Fui envelhecendo e ficando mais rabugento. Videogame REALMENTE não era mais assunto do meu interesse, até que um outro amigo (valeu Ivan), num belo papo sobre bandas me falou q tinha tocado “Killin in the Name” do Rage agains the Machine. Como assim? Ele era tão capivara quanto eu se tratando de instrumentos musicais. Então, mais uma vez o gordo aqui foi arrebatado. Guitar Hero!Putaqueparil, que maravilha. O jogo, em si, é básico. Chega até a ser tosco. Mas tocar muitas das suas músicas prediletas é uma experiência quase orgástica. Pra minha sorte eu já tinha comprado, há algum tempo, um play para o meu irmão mais novo. Naquele dia ele perdeu o videogame. Confesso que já tentei aprender a tocar violão umas 800 vezes, mas meus dedos pequenos e gordos não ajudaram. Vai ver foi por isso que aprendi a cantar (Cérberos Ébrios, minha banda, em breve em mp3).

Na empolgação, raspei o cofre e comprei o joystick guitarra, além dos Guitar Hero I e II. Vale cada centavo. Eu REALMENTE me senti como Tom Morello, Ace Freley, Brian May e tantos outros guitarristas que sempre proveram meus ouvidos com o melhor. Conheci muitas bandas ali que hoje sou fã, como o Queens of the Stone Age e Butthole Surfers. A cabeça agitava ao ritmo da música, e quanto mais rápido e agressivo, melhor.

O legal disso tudo é que, diferente de outros jogos com gráficos arrebatadores e jogabilidade complexa, onde você tem de desvendar enigmas dignos de Sherlok Holmes ou destruir exércitos, liderar a sua gang contra os marginais da outra rua ou fazer o melhor ajuste no seu carro, aqui a única coisa que conta é a diversão. E como é divertido tocar a música que você mais gosta. Aquela da sua banda favorita, tocada de uma forma humilhante pelos outros e que você achou que NUNCA ia tocar. Vi os olhos de muitos amigos ficarem marejados enquanto jogavam. A música tem um poder gigantesco de encantar. Interagir com ela torna a experiência arrebatadora.

Duvida? Então experimente. Não se preocupe em tocar 100%, em ser o famoso viciado. Jogue só porque é legal. Jogue pra se divertir. E curta “Dream On”, tirada do Guitar Hero: Aerosmith.



Outro dia eu comento o porquê das gravadoras estarem apostando nesse formato de música como a salvação da lavoura e como o Metallica já está fazendo (mais) fortuna com os jogos.
Grande abraço e Up the irons!

Luiz Modesti é estudante de Comunicação Social e se aluga a escrever comentários nos posts do MdM e, na companhia de Davis Xavier e William Teca, escreve no recém-nascido Ohvísceras.

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