O Ser Supremo

Supreme one Strikes Back!

Por Alex Matos e Al Lock
Revisão: Orashinage


Primeiramente devo desculpas a todos os meus cinco leitores. Sei que os privei desta maravilhosa e modesta coluna, mas tive um motivo muito sério para esse sumiço: Problemas com a universidade.

Como poucos sabem, há algum tempo faço uma monografia de história sobre quadrinhos (ah, vai dizer que não perceberam pelo monte de besteiras que escrevo aqui?), esse texto era inicialmente sobre os “quadrinhos e o onze de setembro – Antes e depois.”. Quando só faltava a revisão da pesquisa, para minha sorte, meu computador queimou e não consegui recuperar nenhum arquivo, pois como sou burrão, não mantive cópias em lugar nenhum. Manja quando no videogame você joga horas e horas, ta quase dando final e do nada seu memory card dá pau! Tu perdes tudo que jogou e fica com aquela cara de bundão sem dono. Não sei vocês, mas eu não consigo jogar o mesmo jogo depois disso. Foi o que aconteceu com minha modesta monografia, não tive saco para refazê-la, bateu uma preguiça dos diabos. O tempo foi passando e a data da apresentação da banca chegou e eu não tinha porcaria nenhuma para apresentar, contei uma pusta duma lorota lazarenta de que meu cachorro tinha comido o pen drive onde se encontrava meu trabalho, uma desculpa clássica e batida, porém meu curso “Conte medidas verdadeiras – Como acreditar em suas próprias mentiras” finalmente deu retorno e consegui convence-los, me deram mais quinze dias.

Começa a correria para fazer outra monografia em quinze dias. Mentira, perdi uma semana jogando city of heroes e um final de semana regado a jogos de RPG e cervejada... na semana restante, sentindo que estava sendo muito vagabundo, usei a desculpa de que estava fazendo pesquisa para ler um montão de gibis, só para desestressar. Conclusão resumida: Faltando poucos dias, fiz um textinho nas coxas e entreguei para a banca, agora com o obscuro título de “A arte seqüencial e a mitologia” e já fui com um tubinho de vaselina, preparado psicologicamente para a entubada!


Para todos aqueles que já se submeteram a uma banca, podem pular esse parágrafo. Normalmente em uma banca, nos primeiros minutos, vocês defende sua tese, com argumentos convincentes tentando demonstrar que aquela porcaria ali vale para alguma coisa, tudo numa formalidade burocrática de dar medo. Depois os convidados da banca fazem críticas sérias a seu texto, fazem sugestões e você contra argumenta, no final, todos se retiram, os caras discutem entre si, seu orientador te defende e depois te comunicam se tu passou ou não, rola uns apertos de mão e tu se dirige todo pimpão para seu boteco favorito, seja para comemorar ou afogar as mágoas.

Já minha apresentação foi um tantinho diferente. Quando entrei todos que estavam sorrindo imediatamente assumiram um semblante de psicopata com diarréia, senti imediatamente um arrepio na bunda, sabia que estava ferrado, tudo bem, vou convencê-los com argumentos concisos e tudo ficará bem. Porém antes de abrir a boca, a orientadora já me mandou sentar e calar a boca, sim, nessas exatas palavras! A coisa tava feia! Foram mais de 20 minutos exaltando o quanto eu sou vagabundo, desleixado, tratante, safado, manipulador, sem vergonha e apático! Nada de discutir a monografia, vinte minutos só falando de minha pessoa, depois se tocaram que aquilo era uma banca e utilizaram longos minutos para descer o sarrafo no meu texto... Num certo momento, até eu estava falando mal de mim mesmo! Apontei erros no texto, confessei que não tinha lido porcaria nenhuma, que fiz tudo nas coxas! Ora, o que é um peido para quem já esta cagado?

Sem aviso as nuvens se abriram, eis que o professor de filosofia se levanta e começa a argumentar ao meu favor, disse que meu texto estava bastante fluído, tinha uma linguagem própria, que era bem articulado e que se prestando atenções, poderiam notar que tinha um grande potencial. Definitivamente estava uma porcaria, mas, com alguns ajustes, uma leitura mais aprofundada, sairia dali uma excelente monografia sobre algo até então inédito! Não me perguntem, não tenho a mínima idéia do que ele estava falando!

A partir dali, começaram a argumentar entre si e me esqueceram. A discussão foi acalorada, sem formalidade nenhuma e em certo ponto estavam até conversando sobre outros assuntos quando os interrompi dizendo que ia perder o busão... todos sorriram maliciosamente, minha orientadora se adiantou e já rabiscou um cinco na ata, sem muita atenção. Tenho toda certeza que foi de dó. Abri um pusta dum sorriso, dei uns abraços nos professores e sai todo pimpão, louco por um boteco! Eu passei! Uhúúú´!

Ainda tenho que entregar a versão final no próximo semestre, mas tenho tempo de sobra agora...

Um amigo depois me perguntou como estava me sentindo depois desse massacre, a resposta foi simples:

Parei de ouvir depois do “Você é o melhor aluno de sua turma, mas...”

PS: Perceberam que só enrolei nessa coluna de hoje? Rapaz! To ficando bom nisso!

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