Sonhei com um tempo que já se foi
Quando havia esperanças, e valia a pena viver
Sonhei que o amor nunca morreria
Sonhei que Deus sempre perdoaria
(I Dreamed a Dream)
Publicada em 3 de abril de 1862, Os Miseráveis é uma das principais obras escritas pelo escritor francês Victor Hugo, autor de O Corcunda de Notre-Dame. O livro conta a história de Jean Valjean, um condenado posto em liberdade condicional, até sua morte, mostrando a França do século XIX e duas de suas grandes batalhas: Waterloo (1815) e os motins de junho de 1832. A produção de Hugo teve em seu total cinco volumes, neles giram pessoas que vão dar seus nomes para os diferentes volumes, testemunhando a miséria deste século e a pobreza miserável, como: Fantine, Cosette, Marius,Thénardier , Éponine, Gavroche e o inspetor Javert.
O livro já teve várias adaptações para outras mídias, e recentemente gerou uma uma versão cinematográfica feita por Tom Hopper (O Discurso do Rei). No filme, baseado em um musical da Broadway, acompanhamos as desventuras de Valjean (Hugh Jackman) em seu duelo constante com Javert (Russell Crowe), temos ainda no elenco Anne Hathaway como Fantine, Amanda Seyfried como Cosete, e as divertida participação de Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter.
Musicais são um gênero do cinema que geralmente não se tem muito público, aqui no Brasil ainda mais ainda. Em Os Miseráveis isso pode até se acentuar por ter pouquíssimos diálogos, algo que era visto até com mais fartura em sucesso como Chicago e Moulin Rouge. Porém aqueles que deixarem o preconceito de lado se depararam com uma obra prima da sétima arte.
"I´m Javert
You not forget my name
You not forget me 24601!!!"
Hopper nos trás uma visão obscura, suja, deteriorada da França da época, mas sem perder o tom épico - o qual já podemos perceber na primeira cena do filme, quando a câmera emergir de dentro da água e nos deparamos com um imenso navio sendo puxado por prisioneiros. A narrativa é contada através de canções que fazem mais do que exprimir fatos ocorridos, adentram na mente e alma dos personagens para nos criar empatia e sentirmos a dor deles.
Tenho que ressaltar que as interpretações em especial de Jackman e Hathaway - maravilhosos - acentuam ainda mais esse sentido de "peito rasgado" em tela, Crowe com seu Javert cumpri bem seu papel de vilão, mas deixa a desejar tanto em interpretação quanto na condição de cantor. Ainda destacaria o Gavroche de Daniel Huttlestone, que deu personalidade ao personagem e inicia uma das músicas e cenas mais legais do filme.
Uma curiosidade, que só me fez valorizar ainda mais o trabalho de atuação nesse filme, foi que ao invés de os atores gravarem as músicas e durante o filme dublá-las, a cantoria era ao vivo guiada somente por um aparelho no ouvido (o chamado ponto eletrônico) onde o pianista dava as deixas.
Tenho que ressaltar que as interpretações em especial de Jackman e Hathaway - maravilhosos - acentuam ainda mais esse sentido de "peito rasgado" em tela, Crowe com seu Javert cumpri bem seu papel de vilão, mas deixa a desejar tanto em interpretação quanto na condição de cantor. Ainda destacaria o Gavroche de Daniel Huttlestone, que deu personalidade ao personagem e inicia uma das músicas e cenas mais legais do filme.
Uma curiosidade, que só me fez valorizar ainda mais o trabalho de atuação nesse filme, foi que ao invés de os atores gravarem as músicas e durante o filme dublá-las, a cantoria era ao vivo guiada somente por um aparelho no ouvido (o chamado ponto eletrônico) onde o pianista dava as deixas.
Nunca li o trabalho de Victor Hugo, vi alguma vez cenas soltas de uma versão seriada na televisão, mas pelo que assiste nesse filme, dá para sentir bem o impacto emotivo e histórico da obra. Emocionante é o que posso dizer de Os Miseráveis, um trabalho de caracterização de época que impressiona, e letras que nos levam direto para esse período da história mundial. Alguns podem dizer que o filme é cansativo, mas creditaria isso mais a questão de ser um musical do que ao próprio roteiro ou desenvolvimento.
É uma produção mais do que recomendada não só para quem curte musicais ou história, mas também para refletir como, seja no século XIX ou XXI, os pobres ainda vivem olhando para baixo pressionados sob a bota dos ricos e que as mudanças nem sempre são de fato mudanças, mas só substituição no controle do sistema. Contudo, a liberdade e justiça ainda é um direito que vale a pena lutar.
É uma produção mais do que recomendada não só para quem curte musicais ou história, mas também para refletir como, seja no século XIX ou XXI, os pobres ainda vivem olhando para baixo pressionados sob a bota dos ricos e que as mudanças nem sempre são de fato mudanças, mas só substituição no controle do sistema. Contudo, a liberdade e justiça ainda é um direito que vale a pena lutar.
Curiosidades:
» Anne Hathaway ('Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge') ficou com o papel de Fantine. A atriz foi indicada por Hugh Jackman - protagonista e produtor. Rebecca Hall e Amy Adams também foram cotadas para o papel.
» Hayden Panettiere, Miranda Cosgrove, Lucy Hale e Emma Watson foram cotadas para os papéis de Epanine e Cosette.
» A cantora Taylor Swift ('Idas e Vindas do Amor') foi dispensada do elenco. Ela viveria Eponine. Em seu lugar, foi contratada a inglesa Samantha Barks, que ficou em terceiro lugar no reality show musical 'I'd Do Anything'.
» 'Os Miseráveis' foi adaptado dezenas de vezes para as telas. Em 1998, Bille August dirigiu um filme estrelado por Liam Neeson, Geoffrey Rush, Uma Thurman e Claire Danes.
Elenco: Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway, Sacha Baron Cohen, Amanda Seyfried, Samantha Barks, Eddie Redmayne, Aaron Tveit, , Daniel Huttlestone, Cavin Cornwall.
Direção: Tom Hooper
Gênero: Musical
Duração: 152 min.
Prêmios: 3 Globo de Ouros e 8 indicações ao Oscar
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