Olá, amiguinhos!
Como
todos vocês sabem, boa parte de nossa formação se deve a tudo que a
gente aprende quando criança. Quantos de nós não aprendemos a ler com os
quadrinhos e a brincar e agir segundo nossos maiores heróis tanto das
revistas quanto da TV.
Seriados,
desenhos animados e até filmes sempre fizeram a cabeça da molecada e não
obstante fazem com que haja uma certa postura de vida e influenciam a
maneira até de como falar e pensar!
Sério! E essa influência dos desenhos animados e afins são discutidos
amplamente na psicologia até hoje, principalmente quanto a seu recurso
educativo, por serem fonte de
brincadeiras das crianças
Lembro
que quando era moleque assistia um seriado que muitos que lêem esse
blog provavelmente nem fazem ideia de sua existência, os Chips!
. Chips (sigla para California Highway Patrol) era uma série de TV americana que durou 6 temporadas e foi de 1977 a 1983 e que mostrava as aventuras de dois patrulheiros rodoviários californianos, Jon Baker (Larry Wilcox) e Frank "Ponch" Poncherello (Erik Estrada), que andavam em belas motos pelas estradas da Califórnia.
Lembro
que eu e meu irmão ficavamos brincando com nossas bicicletas como se
fossem motos envenenadas pelo quintal de casa. Como ele era loiro, fazia
o papel do Jon que era o cara mais correto, mais na dele e eu era o
porra loca que sempre era o primeiro que saia no braço, o latino
Poncherello!
É engraçado, mas isso se extendeu
mais tarde para nossas vidas. Ele (meu irmão) sempre foi mais retraído e
sempre se identificava com personagens assim.
Logo depois, de 1983 a 1987, foi a vez da gente conhecer outros personagens da TV que gostavamos muito, o Esquadrão Classe A.
Só que dessa vez, era mais complicado para ele. Quando a gente
inventava de brincar com a molecada na rua disso, um tipo de polícia e
ladrão, percebo hoje, que era meio foda pra ele... ele não se reconhecia
em nenhum personagem, acredito.
Ele sempre
mudava de personagem ou simplesmente não brincava. Ele é dois anos mais
velho que eu e sempre foi mais afim de jogar bola do que ficar
inventando, sendo lúdico e "fazendo teatro" como o resto da molecada. Eu
pelo contrário me amarrava em fazer personagens na minha cabeça, vai
ver por isso descambei pra área de arte e ele não...
.
Invariavelmente ele brigava pelo posto de Coronel Hannibal, o cara que comandava todas as operações do grupo e eu, lógico, ficava entre Murdock (ou Mad Murdock), o maluco do grupo ou o "Cara-de-pau" (Templeton "Faceman" Peck) que era o responsável por conseguir os recursos para cada missão utilizando sua conversa fiada ou seu charme com a mulherada. E isso explica outras muitas coisas de nossa personalidade, anos mais tarde, quando adolescentes. Geralmente eu era o cara que chegava chegando na mulherada e ele sempre querendo controlar a situação antes.
E isso é a pura verdade, porque meu primo que sempre fazia o John "Hannibal" Smith, era um dos caras mais dissimulados e mentirosos que já conheci. =)
Invariavelmente ele brigava pelo posto de Coronel Hannibal, o cara que comandava todas as operações do grupo e eu, lógico, ficava entre Murdock (ou Mad Murdock), o maluco do grupo ou o "Cara-de-pau" (Templeton "Faceman" Peck) que era o responsável por conseguir os recursos para cada missão utilizando sua conversa fiada ou seu charme com a mulherada. E isso explica outras muitas coisas de nossa personalidade, anos mais tarde, quando adolescentes. Geralmente eu era o cara que chegava chegando na mulherada e ele sempre querendo controlar a situação antes.
E isso é a pura verdade, porque meu primo que sempre fazia o John "Hannibal" Smith, era um dos caras mais dissimulados e mentirosos que já conheci. =)
Igualzinho ao personagem que ganhava a vida como
ator figurante e sempre aparecia disfarçado de outras
pessoas e que geralmente dizia sua imortal frase: "adoro quando um plano dá
certo" no final das missões.
A gente até tinha um amigo que era o estilo do B.A., briguento e birrento!
Foi graças a Super Máquina (Knight Rider - 1982 à 1986) que fiquei completamente apaixonado por tecnologia e carros. Foi graças a Moto Laser (Street Hawk - que durou apenas um ano - 1985) que tomei meu primeiro capote homérico de bicicleta, uma BMX preta que eu tinha... eu
acreditava piamente que poderia correr em alta velocidade pela ladeira
de casa sem que nada me parasse, assim como no seriado.
Foi graças aos seriados Águia de Fogo e Trovão Azul que fiquei conhecido como louco lá na minha escola, depois de várias vezes ser retirado de uma árvore que tinha lá e que eu fazia de conta que era meu cockpit e manche do helicóptero utilizando os galhos.
Foi graças ao Manimal que minha mãe achou que eu tinha sérios problemas mentais enquanto eu me imaginava transformando em algum animal do seriado, principalmente na Pantera Negra.
Foi graças aos seriados Águia de Fogo e Trovão Azul que fiquei conhecido como louco lá na minha escola, depois de várias vezes ser retirado de uma árvore que tinha lá e que eu fazia de conta que era meu cockpit e manche do helicóptero utilizando os galhos.
Foi graças ao Manimal que minha mãe achou que eu tinha sérios problemas mentais enquanto eu me imaginava transformando em algum animal do seriado, principalmente na Pantera Negra.
Não ria! Na época essa transformação fazia todo sentido!
Isso sem contar nos desenhos animados da época!
Pessoas da minha idade pegaram o começo de Caverna do Dragão, Thundercats, He-Man, Os Caça-Fantasmas, Rambo, G.I. Joe, além dos antigões desenhos da Hanna-Barbera (que ganhou um podcast só pra eles por aqui), Mightor, Space Ghost, Herculóides e dos Super Amigos.
Esses, na verdade, não me faziam agir como eles nas brincadeiras
(tirando os personagens da Marvel e seus desenhos super desanimados,
ThunderCats e principalmente o Coisa de 1979 da HB), mas ficar por horas
reproduzindo suas figuras no papel. E eu me lembro até hoje que foi
graças a um Pernalonga, que rabisquei num caderno logo depois de
ter visto ao desenho animado na tv, que comecei a ganhar elogios e
incentivo pelos meus desenhos.
Fiz minha primeira história em quadrinhos com 8 anos de idade, utilizando os personagens do desenho D'Artagnan e os Três Mosqueteiros (D'Artacan y los Tres Mosqueperros - Manchete, 1984). História completa. Igualzinho ao que passava na tv. De tanto assistir tinha decorado o enredo.
E quem não se lembra de nossas mães nos proibirem de assistir a Cavaleiros do Zodíaco
na Manchete (ou seria TV Bandeirantes? Nunca lembro...) por ele ser
muito violento, cheio de sangue e vísceras? Foi tema de várias revistas,
tipo Veja, e reportagens de tv na época. Diziam que poderia influenciar as crianças e adolescentes à violência desenfreada. Vai vendo...
Eu
sempre achei que aquelas bichinhas tinham mesmo que tomar atitude de
homem, porra! Eles tinham poderes celestiais pra quê, então?
Bwahahaha...
E o que dizer das porradarias e sacanagens que rolavam em desenhos como Pica-Pau e Tom e Jerry? Só por que não tinha sangue era de boa, mané?
Bom, antigamente achava isso tudo
uma besteira, mas conforme eu apontei em vários exemplos acima, parece
existirem coisas que a gente "pinça" para as nossas características
pessoais, podendo elas serem atenuadas ou amplificadas, dependendo do
caso e, principalmente, de orientação educacional. Não acho que através
de censura você possa fazer isso, mas, ao meu entender, de observação e
orientação mesmo.
As crianças, usando da imaginação, interagem com colegas
imitando seus personagens favoritos e pode ser que algumas passem do limite do bom senso numa brincadeira. E esse é o ponto...
Se
esses instrumentos
midiáticos fossem utilizados de maneira orientativa pelos pais ou até
através de um recurso pedagógico, fazendo parte do contexto escolar, por
exemplo, a criança pode se desenvolver melhor e aprender sobre esses
limites. Isso pode contribuir para o seu desenvolvimento e para a
aprendizagem crítica diante da realidade em que elas vivem.
Fora
que acho muito importante que ainda exista essa forma lúdica de
brincadeiras. Vejo muita molecada hoje em dia mais travada que o Windows
95 num 386.
Acho massa pra caramba quando vejo uma criança vestida de Ben 10 e pais que estimulam ela a brincar com isso.
Não vou entrar muito no mérito desenhos antigos versus desenhos modernos,
qual é melhor ou pior, para não ficar parecendo papo de velho
saudosista (coisa que eu verdadeiramente não sou) até porque curto
muitos dos desenhos atuais como Bob Esponja, Avatar, Duelo Xiaolin e Liga da Justiça sem Limites (bem como qualquer um da Warner/DC), mas é fato que os “clássicos” contavam com mais sensações, envolvimento e raciocínio mais criativo.
Alguns
desenhos de hoje são mais bizarros e parecem ser feitos mais para os
pais do que para uma criança, existem algumas tiradas que provavelmente
só os mais velhos vão entender, como nos desenhos: As Aventuras de Billy e Mandy, As Trapalhadas de FlapJack e o próprio Bob Esponja. E aqueles que são direcionados para adultos, mas que as crianças também curtem como Os Simpsons e Family Guy.
Um que eu acho perfeito para as crianças é A Mansão Foster para Amigos Imaginários. E era exatamente sobre esse desenho que eu inicialmente estava pensando em falar por aqui hoje, mas resolvi fazer um post só pra ele mais pra frente!
Enfim,
não quero me estender num post quilométrico, apesar de hoje ser
feriado, provavelmente ninguém terá saco pra ler tudo, mas a intenção
era discutir um pouco sobre as nossas influências da tv e lembrar um
pouco da infância, que é sempre bom!