Os 4 fantásticos da Velocidade


Wally West era apenas o sobrinho de Barry Allen. Até que um dia, quando Barry lhe explicava como ganhou sua velocidade, Wally sofreu um acidente com os mesmo produtos químicos que haviam transformado seu tio num herói. Depois da morte de seu tio o personagem assumiu o manto do novo Flash e levou o legado por anos em suas histórias. Mas, se você pensa que irei falar do retorno de Barry Allen e o reboot da DC está enganado. 


Um dos grandes atrativos do Flash sempre foi o caráter familiar de suas histórias, seja com sua família escarlate de velocistas quanto com a família real, que ou era coadjuvante ou acabava de uma forma ou outra incluída nos planos de seus vilões. Ainda mais quando Wally West se casou com Linda Park e posteriormente se tornou pai de um casal de ciranças: Jay e Iris West, que desenvolveram poderes próximos ao de Wally e passaram a se chamar os tornados-gêmeos

A paternidade do personagem nem era uma novidade, já que em Kingdom Come os seus filhos já apareciam. Jai não levando a sério sua supervelocidade e Iris encarando o poder com responsabilidade, se tornando Kid Flash, membro dos Titãs naquele futuro alternativo. 

Essa relação totalmente familiar trouxe uma nova gama de possibildiades para o personagem, e ao ver a capa de The Flash 231: The Beginning, e o nome de Mark Waid – responsável por uma das melhores fases do personagem nos anos 90 - a sensação que tive foi de que ali poderia ser um real novo começo para o Flash, que não vinha de boas histórias. 

Essa edição até traz um clima de sitcom familiar interessante, com Wally ficando de olho nos seus filhos durante uma ação na cidade, atuando junto com eles, e sua mulher preocupada com as crianças agindo como heróis. 

Um clima de sessão aventura legal, despretensioso, com uma arte adequada de Daniel Acuña, com ares de desenho animado. Infelizmente, Waid não conseguiu manter o pique de qualidade de histórias e com menos de dois anos a revista foi cancelada por conta do projeto Flash: Renascimento. 

Contudo, essa visão de Familia Flash ficou marcada em minha mente como a forma perfeita de tratar o personagem dentro de uma era moderna, com essa pegada de seriado televisivo, onde você vê os conflitos familiares, os aprendizados e ainda o lado heróico, tudo que o Quarteto Fantástico no cinema não conseguiu fazer, e nos quadrinhos os autores penam para conseguir, e que Os Incrivéis conseguiu maravilhosamente.

A versão família do Waid ainda deu um novo status a Linda, colocando ela como um tipo de cientista do impossível, na busca de auxiliar seus filhos no controle de seus poderes. Algo que poderia facilmente ser ampliado para atividades de campo, transformando os Flash em um Quarteto Fantástico da DC (já que infelizmente a versão dessa equipe dentro da DC – Os Desafiadores do Desconhecido – é deixada de lado pela editora). 
 
Imagine comigo como  um autor com um pouco mais de curiosidade e pesquisa sobre os efeitos e usos da super velocidade, velocidade da luz, crescimento de massa, vibração molecular e outros dons do velocista, não poderia criar de enredo heróico de fundo para os dramas e humor familiar? 

As histórias em quadrinhos nos últimos anos tem se tornando sombrias demais até, repletas de vilões no comando, heróis se desviando de sua conduta, mortes e traições. Histórias simples, divertidas, com heroismo e leveza não fariam mal para esse meio. A questão é: o público médio americano quer esse tipo de história mesmo?

Uma pena que a DC com sua política de retomada de Barry Allen tenha apagado essa possibilidade com o Wally e até mesmo a possibilidade de desenvolvimento do olhar sobre personagens velocistas.Esperar para ver o que será de Wally nesse novo Universo DC e torcer para que um dia alguém retome esse pensamento familia e faça algo coerente e legal de se ver.

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