Um Nerd nos anos 90

Por Alex Matos e Al Lock


Com a queda do muro de Berlim simbolizando o colapso do comunismo, a década de noventa se inicia com otimismo e prosperidade. O medo de uma guerra atômica diminuiu exponencialmente com o fim da guerra fria e com isso, filmes do 007 começaram a perder seu foco e ficar sem inimigos decentes. Países começavam a engatinhar para sair da merda e...


Beleza, não sei fazer chamada de matérias! Desisto, clica no “Leia mais” se não tiver nada de mais interessante para fazer!

Fique tranqüilo que não vou falar de política, podia até citar que foi nessa década que o Collor meteu a mão na poupança de todo mundo (safadinho) ou que foi aqui que o comedor de pão de queijo (e degustador de mulheres sem calcinha), Itamar Franco junto com seu amiguinho Fernando Henrique criaram o Real que proporcionou uma certa estabilidade econômica no país... Mas não vou citar isso! Essa matéria serve para que o Freud largue do meu pé falar de um nerd durante os anos noventa e é disso que vou falar (ou escrever, complicado dissociar essas coisas hoje em dia).



Era uma época que você podia falar palavrão, que o Costinha podia contar suas piadas de sujas na TV aberta em horário nobre sem que ninguém desse chilique! Época que eu tinha um cabelão que batia na cintura (snif, snif! Eu tinha cabelo!), totalmente escroto, me vestia com bermudas xadrez, blusa amarrada na cintura, coturno e boné virado para trás. Minha principal diversão era encher a cara de cerveja barata e ficar em portas de boate esperando que alguma mina bêbada me desse mole, o que por incrível que pareça acontecia direto!

O Guns N’ Roses estava no seu auge, Mamonas Assassina, Raimundos e Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains, Soundgarden e Stone Temple Pilots, bombavam em tudo quanto era canto! Tudo bem que também tinha Ace of Base, Spice Girls e Celine Dion e Hanson! Esse link AQUI tem uma porrada de bandas para quem tiver curiosidade. Aliás, alguém aqui do blog já declarou que achava que o vocalista do Hanson era mó gatinha e tinha mó tesão por ela... Mas então, a MTV realmente era voltada para músicas e passava clipes um atrás do outro, era legal pra caramba poder ver na época como era a cara dos caras que a anos tu só ouvia as músicas! Hoje em dia só tem trocentos programas de auditório e quase nada de música! Porra, se quiser ver esse tipo de programa assisto Silvio Santos cáspita!


Os computadores e a Internet se popularizaram nessa época também, mas não é essa maravilha que temos hoje não. Banda larga? O negócio era Internet discada, lembro que para se conseguir uma conexão era quase como um gatinho tentando foder um elefante! E o barulho daquela merda conectando eram pior que levar chute no saco! Além disso tu pagavas o pulso telefônico e o provedor de Internet, que geralmente te estuprava sem vazelina. Para diminuir esse gasto conectávamos fora do horário comercial, de preferência depois da meia noite, navegávamos rapidão tentando salvar textos para ler offline, ou no final do mês nossas mães surtavam com a conta! A velocidade era uma piada: tu conseguia baixar 1 mega de arquivo em fantásticas 1 hora! Isso quando não caia a linha e tu tinha de recomeçar... O Freud tinha conexão discada até ontem!



A diversão na Internet eram as famosas salas de bate papo da UOL, “quer TC comigo?”, tinha também o IRC para os mais descolados e ICQ para os mais bacanas e inteligentes desocupados como este que vos escreve! Tudo, claro, com hora marcada! Nada de ficar conectado direto como hoje fazemos. Cheguei a mestrar longas sessões de RPG por ICQ e email... Falando nisso, lembro como se fosse hoje o dia em que estava matando aula e me deparei com uma casa com um dragão vermelho enorme pintado em sua fachada! Como não tinha nada para fazer, cai na besteira de entrar. Foi lá que comprei meu primeiro RPG: uma pusta caixona com um dragão desenhado.



Eu já tinha jogado os livros jogos “Aventuras fantásticas” de Ian Livingstone e Steve Jackson, mas foi com essa caixa de D&D primeira edição que o caldo desandou! Virei o mestre e logo já tinha infectado metade do bairro. Jogava quase todo dia, menos de sexta e sábado, pois esses dias estavam reservados para encher a cara e tentar fazer sexo.

Aliás, por incrível que pareça, apesar de ser nerd, ler quadrinhos como um desesperado, ficar horas grudado no computador, jogar videogame e RPG como um maníaco, foi a década que mais me dei bem! Sei lá por que, mas o povo dos anos noventa se enroscava com qualquer coisa, mulheres não tinham padrões de beleza tão elevados para escolher seus parceiros e vise e versa! Foi nessa época que fiz amizade com uma dona de puteiro, o que gerou os famosos “Puterfestival” mas isso fica para uma outra matéria...


A escola era uma maravilha, aluno ainda reprovava se fosse burro e a sua maioria respeitava os professores. Particularmente sempre fui um vagabundo desgraçado que não prestava atenção nas aulas e nem ao menos levava material. Era sempre uma surpresa quando tinha prova, mas graças a minha soberba inteligência nunca tirei nota vermelha, ta certo que nunca tirei nota máxima também, mas isso é um mero detalhe. Também gostava de atrapalhar a aula com comentários jocosos, bater boca com professores e brigar amigavelmente nos intervalos. No final da década passei a beber antes e durante as aulas, o que foi um alívio para todo mundo, já que quando bebo fico extremamente bonzinho!

Ironicamente hoje sou professor...


Vou encerrar a matéria por aqui que já tem duas páginas, segundo o Duende Amarela leitor de blog é um bicho preguiçoso desgraçado, logo se a matéria for longa demais o cérebro deles explode! Mas tem muita coisa que gostaria de falar dessa década e não coube nessa, principalmente sobre os quadrinhos... Mas isso fica para uma próxima matéria!

PAX!

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