PalhetadA

Cobertura do Show Iron Maiden


O Duende me pediu para contar a vocês leitores do UARÉVAA como foi minha ida ao Show do Iron Maiden. Como bem sabem, o maior roqueiro deste blog ficou com medinho de ir, disse que tem horríveis pesadelos com o Eddie desde que era criancinha...

Comecemos pelo começo. Como moro em Campinas, foram fretados quatro busões para levar os roqueiros daqui da frescolândia para a capitár, o busão era chique no úrtimo, pena que o ar condicionado quebrou no meio do caminho e devido as janelas estarem lacradas, passamos 50km suando que nem porcões no natal, nem eu estava agüentando meu próprio cheiro.

Finalmente em São Paulo me espantei pela quantidade de cabeludos vestidos de preto, se eu soubesse tinha ido de branco, tomado um banho, cortado a barba e os cabelos, pô, eu era só mais um no meio daquele montão de metaleiro! Era gente pra caralho! Cabeludo pra caralho! Gente de preto pra caralho! Mulher feia pra caralho! Enfim, todos ali eram roqueiros de verdade! Um tiuzinho sacana exclamou que o morto devia ser bem gente boa para atrair tanta gente para seu enterro...

Após uma fila dos diabos, consegui um lugar batuta nas arquibancadas que com um pequeno esforço ocular, dava até para enxergar uns pontinhos que se mexiam lá no palco. Comprei uma merda de binóculo dum carinha, enxergaria melhor seu fechasse os olhos com aquilo... dez conto jogado fora! O sol estava de rachar, novamente me arrependi de ter ido de preto, infelizmente não tenho nenhuma roupa colorida no armário.

Movimentação no palco, bateria batuta, guitarras chubidubas, baixo legalzinho, quem era a banda que iria abrir o show do Iron Maiden? Porra era Iron Maiden! Não era qualquer bandinha xulê quem iriam abrir o show certo? Hã... quem é aquela menininha pula pula de bracinhos abertos? Ah não! Olha, a banda da pivetinha até que é boa, a menininha é até empolgadinha, tem um pai fodão (Steve Harris), até parecia ser jeitosinha, mas definitivamente não tem porte para metal, se abrisse o show para a Pitty ou para uma dessas bandas furrecas que tem de montão por ai, lá vai... Mas tudo nem! Geralmente sou muito rabujento mesmo, sendo filha de quem era, dei um desconto, afinal nada podia ser pior que aquilo, certo? Errado! Caiu uma pusta chuva filhadaputamente gelada e molhada! Chinguei até a mãe do capeta nessa hora!

Mas o azar acabou quando a banda finalmente entrou. A chuva parou no exato momento em que Bruce botou os pés no palco e começaram a tocar! Foda-se que eu tava fedeno, molhado, que tinha torrado no sol, porra! Era o Iron Maiden! Tocando bem na minha frente, beeeeem na minha frente mesmo! Os caras despejaram tudo o que sempre quis ouvir ao vivo ….Putaqueopariu que show fodão! Bruce Dickinson estava em plena forma, correndo de uma lado para o outro feito doido, não parava um segundo! Rolou até uma deslizada pelo palco molhado, um malabarismo de guitarra, mas infelizmente como eu tava longe pra caralho não deu pra ver quem fez, mas foi batuta! E a banda simplesmente perfeita! Eu com trinta anos não faço metade que os caras com cinqüenta fizeram... puta inveja!

Fiquei todo arrepiadão (de uma forma toda heterosexual, claro!), quando as luzes se apagaram e a galera acendeu os isqueiros ao som de Fear of the Dark! Como não se empolgar com o estrondoso “ÔÔÔÔÔ” entoado por mais de 35mil pessoas? E o que dizer do famoso The number of the beast? Tudo vermeião, mó climão de ritual satânico no maior país católico do mundo! Os caras são fodas mesmo!

Confira o setlist da apresentação:

Aces high, Two minutes to midnight , Revelations, Trooper, Wasted years, The number of the beast, Can I play with madness, Rime of the ancient mariner, Powerslave, Heaven can wait, Run to the hills, Fear of the dark, Iron Maiden, Moonchild, The clairvoyant, Hallowed be thy name.

No final da apresentação, Bruce disse (traduzi que nem minha bunda, afinal mal deu para entender tudo da distância que eu estava): “Muito nego não pôde comprar o ingresso para estar aqui esta noite, esses cambistas são todos uns filhos da puta mesmo! Mas temos uma boa notícia para vocês: Prometemos que vamos voltar e torturá-los um pouco mais. Vamos voltar muito em breve. Mas... será um show maior, com explosões, fogos e mais luzes. Vamos voltar em 1 ano para o Brasil, para São Paulo e para outras cidades...”, o bacana era a quantidade de gente que ficou prestando a atenção em mim enquanto eu porcamente traduzia para meus camaradas, inventei umas partes só de sacanagem... Curti muito, mesmo não sendo um fã do grupo, foi um momento que guardarei com carinho na minha lembrança. Quem não foi se fodeu, pois perdeu um pusta showzão! Rezem agora para que cumpram sua promessa de voltar ano que vem mesmo...

Agora fiquem com um certo diálogo presenciado durante o show:

Um gordão com cabeça raspada, lotado de tatuagens, mal encarado pá porra senta na minha frente, atrás dele, um cabeludo barbudo, também todo tatuado, fortão e igualmente mal encarado fica encarando a tatoo do gordão. Derrepente agarra o braço do cara e vocifera:

“Ei! Essa porra de tatuagem que tu tem no braço é minha! Foi eu quem fiz!”
Os dois se encaram.
“Foi o caralho! Essa aqui quem fez foi o Jairzão daqui de sampa mesmo!”
O Gordão já fecha a mão e estufa o peito.
“O jairzão é um fêdaputa memu! Esse desenho eu fiz pra um personagem meu de D&D...”
O cabeludo aponta o queixo e estala o pescoço.
“É memo cara? Que doido! Tu jogava com anão guerreiro?”
Com um sorriso no rosto.
“Não, não... Clérigo de Moradin! Tinha uma armadura de mithril fodapacarai!”
Dando tapinhas no ombro do gordão.

Por isso que sempre digo: nerd é uma merda mesmo!

Por Al Lock (O Alex não foi...)

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